Inconsciente do tempo que passa por mim e leva e traz, e tira e põe, e parte e cola, num rasgo de luz a percepção cola-se ao real (ao que conhecemos por espaço real). A parte “consciente” cresce atenuando gradualmente o “in”. Revela segredos, acontecimentos, decisões, estados. O “in” faz cócegas ao “consciente” numa brincadeira inocente e traiçoeira pela procura do seu lugar vazio e ocupado lado a lado com a outra parte. E brinca e fragmenta e apaga pequenos pedaços do real. Esconde-os por entre as passadas de distracção provocadas pelas cócegas. Ri-se num tom fugidio, como quem esconde uma verdade. De antena ligada, o “in” arruma a sua dispensa atafulhada por todos os fragmentos roubados. Procura o sítio ideal para guardar rasgos do real. É escuro. Sem luz. Nem tão pouco uma meia luz. Escuro e ensurdecedor. O ruído nada escolhido ao acaso, intencional na provocação do medo em alcançar aqueles rasgos do real. O “consciente” levanta o véu alucinante. Proporciona e escolhe o momento do real para assistir, participar e aplaudir. O “in” na sua inveja desconhecida e despercebida rouba com muita sede rasgos do real. É o elo que não quebra e os une. Sempre. Sempre sentido a presença um do outro.
palavras, frases e textos
arte
fotografia
pets
ambiente
s.o.s