Sem cáries, mas sem espaço para viverem no seu lote reservado na minha boca. Foram expulsos pelos outros habitantes da Gengiva.
Esta ida ao dentista foi uma prova de medo para mim... Não tive pesadelos! Estou muito orgulhosa de mim.
Não doeu! Nem sequer a agulha a espetar a minha gengiva para ficar anestesiada! Só houve um ligeiro cansaço na luta para manter a boca aberta com um diâmetro que eu achava impossível que ela alguma vez alcançasse.
"Abre mais a boca Catarina. Mantém assim. Tens de abrir mais. Isso. Mantém."
Já me doía os cantos dos lábios... e a pele parecia estar a estalar toda... mas quando achava que ia fechar a boca e morder a mão do dentista, ele dizia, como se adivinhasse a minha desistência: "Descansa." Esta palavra soube-me tão bem...
"E... tirar os dentes do siso dói muito! Custa muito! Boa sorte! Etc."
Venho aqui dizer que é um mito! Não custa nada. Custa mesmo é estar de boca aberta aquele tempo todo. E a parte da boca dormente é estranha e ainda mais estranho é pôr o baton do cieiro e não saber se o sítio onde se está a passar é o lábio ou o queixo.
Se esta noite não tiver pesadelos é porque curei a minha fobia! Confesso que quando levei a primeira picada anestesiante o meu coração não explodiu por pouco! O meu cérebro em pânico soltou uma lufada de alívio quando percebeu que não ia haver qualquer tipo de dor, já que nem a anestesia estava a ser dolorosa. Mais tarde ele voltou a acordar com umas picadas incómodas que afirmavam a necessidade de mais doses de anestesia, mas nada de dor. Dor foi quando magoei a cervical, aí sim, soube o que era dor física, de tal forma que ficava estampada no meu rosto.
Uf! Ainda tenho o dente do siso da lado esquerdo para tirar, ficou para a Páscoa. Sorte que desse lado é só um. Dura menos tempo. Apesar de não ter custado, o estar ali deitada, vulnerável, a ver passar instrumentos com sons nada agradáveis, a cruzar o olhar constantemente com aquelas duas figuras de máscara... brrr... há-de causar-me sempre calafrios. Mas a fobia, aquele pânico das ferramentas do dentista passou. Simplesmente não gosto de ir ao médico nem do ambiente frio com odor a desinfectante que os compõe.
palavras, frases e textos
arte
fotografia
pets
ambiente
s.o.s